segunda-feira, 17 de maio de 2010

Adaptação da Obra "O Grilo Verde"

Dramatização
Texto adaptado por Patrícia Pinto

Personagens: 1 Grilo Verde; 1 Grilo Verde com asas de fogo; 6 grilos pretos; 2 narradores; 1 oliveira; 2 alunos que seguram o sol e a lua; castelo de nuvens; 1 aluno segura sempre o sol; tio Manuel Liró.

Cenário: erva; alfaces; couves; feijoal; árvores…

Narrador 1
– “Certo dia, apareceu na horta do tio Manuel Liró um grilo. Era verde, tão verde como as alfaces que cresciam na horta. Em dias de sol e noites estreladas, punha-se a assobiar.”

(Enquanto o narrador fala o Grilo Verde anda pela horta e assobia. Quando o narrador diz “Em dias de sol e noites estreladas”, um aluno levanta, 1º o sol e depois a lua.)

Narrador 2
– “Os grilos pretos que viviam por perto, como não eram verdes nem assobiavam, achavam aquele vizinho esquisito. Foram contar aos outros grilos.”

(Juntam-se os seis grilos pretos.)

Grilo preto 1 – “Verde?”

Grilo preto 2
– “E assobia! Pode lá ser!”

(Os grilos pretos fingem que estão a conversar.)

Narrador 1
– “A notícia espalhou-se. Todos os grilos ficaram a saber das afrontas do Grilo Verde. Sim, afrontas! Ser-se verde e assobiador não eram coisas de grilo.

Narrador 2
– “Os grilos pretos resolveram fazer-lhe uma visita. Assim, numa tarde de domingo entraram na horta do Tio Manuel Liró.”

Grilo preto 3
– “Por que não tens uma cor igual à nossa? Por que não cricrilas?”

Grilo Verde – “Se nasci verde, não posso ser preto. Se assobio é porque não sei fazer outra coisa. E vocês por que não sois verdes e não assobiais?”

Grilo preto 4
– “Porque sempre fomos pretos e só sabemos cricrilar.”

Grilo Verde – “Estamos empatados: se eu sou verde, vós sois pretos; eu assobio, vós cricrilais. Qual é o problema?”

Grilo preto 5
– “Alto lá! Tu estás errado!”

Grilo Verde – “Errado? Se calhar o erro é a cor preta e cricrilar!”

Grilo preto 6 – “Não digas disparates. Já pensaste na confusão que vais criar?”

Grilo Verde – “Confusão!?”

Grilo preto 1 – “Sim, confusão! Se por acaso os homens te vêem vão saber que há grilos que não são pretos e que não cricrilam. Vai ser uma barafunda.”

Grilo Verde – “Não vejo mal nisso… Mas, então, o que devo fazer?”

Grilo preto 2 – “Mudas de cor e nunca mais assobias.”

Grilo Verde
– “Não posso fazer isso.”

Grilo preto 3 – “Pensa bem…”

Grilo Verde – “Já pensei. Isso é impossível. Cada um é como é…”

Grilo preto 4 – “Então somos obrigados a prender-te.”

Grilo Verde – “Prender-me?”

Grilo preto 5
– “Sim. Serás metido numa lura bem funda. Assim, ninguém verá a tua pele verde e ninguém ouvirá esse assobio estúpido.”

Grilo preto 6 – “Descansa que não passarás fome, terás sempre alface e senradela.”

(Os grilos pretos começam a rodear o Grilo Verde.)

Grilo Verde – “Isso é uma injustiça! Que mal é que vos fiz?”

Grilo preto 1 – “Manchas a nossa reputação!”

Grilo Verde – “O que é isso?”

Grilo preto 2 – “É a tradição. Os grilos sempre foram pretos e cricrilam, por isso, vens connosco.”

Narrador 1 – “Os grilos pretos começaram a rodeá-lo cada vez mais. E este, quando se viu muito apertado, desatou aos saltos, tentando fugir.”

(Todos os grilos saltam e correm atrás do Grilo Verde.)

Grilo preto 3
– “Agarra que é verde!”

Grilo preto 4
– “Apanha o assobiador!”

Grilo Verde – “Ai a minha vida!”

(O Tio Manuel Liró entra na horta. Os grilos pretos fogem para o feijoal e o Grilo Verde esconde-se numa alface.)

Narrador 2 – “Nas tardes de sol o Tio Manuel Liró costumava ir sentar-se sob a oliveira para ler o jornal e dormir uma soneca.”

(O tio Manuel Liró senta-se ao lado da oliveira, levando o jornal na mão. Abre o jornal, lê um pouco e adormece. Ouve-se o cricrilar dos grilos pretos. O tio Manuel Liró acorda.)

Tio Manuel Liró – “Raio de grilos! Que barulheira! Calai-vos!”

(O cricrilar dos grilos.)

Tio Manuel Liró – “Calai-vos!”

(O tio Manuel Liró levantou-se, atira o jornal ao chão e corre pela horta. Volta com uma enxada. Vai procurando os grilos.)

Narrador 1 – “Tanto andou que descobriu-os. Mas que azar, os grilos estavam no meio do feijoal!”

Tio Manuel Liró
– “E agora? Se desfaço o feijoal espanto os grilos e posso dormir, se não desfaço os feijoal eles continuarão esta barulheira.”

Narrador 2 – “O tio Manuel Liró pensou, matutou, ponderou e decidiu.”

Tio Manuel Liró – “Guerra aos grilos!”

Narrador 1 – “Pegou na enxada e cavou os talhos, arrancou os feijoeiros, cortou as vagens, desfez os feijões…”

Narrador 2 – “Ao verem a enxada, os grilos pretos esqueceram logo o Grilo Verde e só quiseram saber de sair dali para fora. O Grilo Verde empoleirou-se numa couve.”

Tio Manuel Liró – “Foram-se os grilos e foi-se o feijoal”.

Narrador 1 - Exausto, voltou para a sombra da oliveira. Pegou no jornal, leu e voltou a adormecer.”

Narrador 2 – “Enquanto o Tio Manuel dormia, cresceram umas grandes asas cor de fogo no corpo do Grilo Verde. Saiu da couve onde estava empoleirado e começou a voar. Poisou na oliveira e começou a assobiar.”

Tio Manuel Liró – “Mas que belíssima melodia! Onde está o seu executante?”

(Olhava para todo o lado.)

Tio Manuel Liró – “Quem está a assobiar apareça para eu o cumprimentar.”

(O Grilo Verde desceu da oliveira voando e mostrou-se ao dono da horta.)

Tio Manuel Liró – “Que bicho estranho! Pareces uma borboleta, mas assobias maravilhosamente. Pareces um grilo, mas és verde! Espera aí!

Narrador 1 – “O Tio Manuel Liró pensou apanhar o Grilo Verde e levá-lo consigo para mostrar aos amigos. Quando estendeu os braços para o apanhar, o Grilo Verde escapou-se voando.”

Narrador 2 – “Foi subindo e assobiando aquela bela e estranha melodia, até que desapareceu entre um castelo de nuvens, voando com as suas asas cor de fogo.”

(Dois alunos têm várias nuvens e o Grilo Verde mete-se no meio delas e desaparece. )

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